Quem tem filhos em idade escolar sabe que os erros muitas
vezes podem ser uma verdadeira dor de cabeça. Verdade ou não?
Com efeito este é inúmeras vezes um dos motivos de consulta.
Na verdade, quando estes pedidos aparecem (“ele dá muitos erros,…, não escreve uma
palavra certa…, a professora já o chamou à atenção e não consegue corrigir….!”)
é frequente os miúdos trocarem o o pelo
u, o pre pelo per, os ss pelo ç, o v pelo f… enfim, uma série de situações.
Parece-vos familiar?.
Nestes casos, para além de uma avaliação “exaustiva” e compreensiva
que deve ser feita às competências destas crianças com recurso a informações
fornecidas pelos pais e pelos professores, assim no geral é importante ter presente
que:
- este tipo de erros
podem acontecer por variados aspetos como por desatenção, desconhecimento das
regras de ortografia e falta de automatização no processo de escrita, por
pertencerem a um quadro clínico de disortografia ou ainda se encontrarem
associados a uma perturbação específica da leitura, a nossa tão conhecida dislexia
(ou, então, pela associação conjunta de alguns destes)! Por estas razões, hoje,
especificamente, vou falar-vos de Disortografia…. Já ouviram falar?
Esta perturbação de aprendizagem específica com défice na
expressão escrita, de acordo com o DSM V (Manual de classificação e diagnóstico
que se costuma utilizar) afeta o processo de escrita em particular a precisão
ortográfica, isto é, lá aparecem os benditos erros. No entanto, para além dos
erros que nos preocupam tanto, também costumam ocorrer simultaneamente dificuldade
na organização das ideias e na estruturação das frases, dificuldades com as
regras morfossintáticas e gramaticais, mesmo com um funcionamento intelectual e
uma leitura dentro do que é esperado para a idade e nível desenvolvimental.
Assim se quiserem e para facilitar, de acordo com a DSM V
são critérios diagnósticos de Disortografia:
- A precisão ortográfica (correção) – dá ou não dá muitos erros
e que tipo de erros são,
- A precisão gramatical e a pontuação;
- A clareza ou organização da expressão escrita, entre
outras.
Por estas razões normalmente as crianças com esta dificuldade escrevem textos não só com muitos erros, como as suas composições
por norma são muito pobres, mal pontuadas e redigidas com uma caligrafia pouco
diferenciada.
Se isto vos soa a familiar e o tipo de erros são frequentes
e consistentes não devem hesitar e pedir ajuda de um profissional, mais não
seja…. para tirar as dúvidas!
Encontram-me no Centro Clínico de Aveiro Aveiro e no 5
Sentidos em Viseu, Mangualde e Guarda
Nota: É possível estarmos perante um quadro de disortografia na
ausência de dislexia, ainda que seja mais raro de ocorrer.
a vossa psicóloga.
Sem comentários :
Enviar um comentário